tá com medo? vai com medo mesmo

.

Quando começamos qualquer coisa nova, existe muita incerteza, não sabemos por onde dar o primeiro passo, parece que todas as possibilidades existem e ao mesmo tempo não estão ao nosso alcance. Uma busca superficial no google sobre esse universo de startups faz qualquer um querer cavar um buraco e não sair mais de dentro. É tanta glamourização de perrengue que a gente fica até com vontade de desistir, mas desistir de que?

Qualquer pessoa maluca o suficiente pra decidir colocar sua ideia no mundo é quase fisicamente incapaz de desistir, parece que existe uma energia propulsora irracional que joga a gente pra frente, todos os dias buscando resolver algo que não conseguimos no dia anterior e assim, aos poucos, a ideia vai tomando forma, a gente vai encontrando os caminhos e entendendo melhor por onde pisar.

Mas não dá pra negar que é difícil e nesses momentos, encontramos um mar de mensagens na vibe positividade tóxica falando sobre RESILIÊNCIA, sobre mudar o mindset (quase engasgo aqui só de escrever essa palavra), sair da escacez e ir para a abundância, como se fosse um botãozinho que a gente liga ou desliga de acordo com a nossa própria vontade e não um reflexo dos esforços de todo um sistema em dizer para alguns perfis de pessoas que não temos espaço, que nosso lugar não é esse.

Há algum tempo conheci o trabalho de MIMI ZHU, imigrante australiane vivendo nos EUA que cria um conteúdo maravilhoso sobre o poder da escrita como um processo de cura. Recebi a última atualização da newsletter delu há alguns dias mas só consegui abrir e ler com atenção hoje.

Esse foi mais um momento daqueles em que parece que os caminhos vão se abrindo bem quando nós mais precisamos; eu estava com o dia lotado, um monte de demanda acumulada e meio sem forças pra fazer qualquer coisa que não fosse obrigatória. Abri o email, resolvi me dar alguns minutos pra ler o texto de MIMI e dei de cara com as exatas palavras que precisava ouvir naquele momento.

“Mudar para um mindset de abundância não é agir como se a escacez não fosse deliberadamente determinada para as comunidades marginalizadas, mas entender que podemos estabelecer diversas formas criativas de redistribuir e regenerar abundância uns com os outros”. - MIMI ZHU

MIMI ZHU

O desconhecido é um caminho fértil de escuta, de experiência e de aprendizado. Na linguagem startupeira, podemos dizer que estar aberto ao desconhecido é o tal do ‘ser apaixonado pelo problema’. Quando nos apegamos à solução, quase como uma massagem no ego de nos colocar como o centro de tudo, perdemos a visão do problema e sem problema pra resolver, tecnologia nem ideia nenhuma tem porque existir.

Se você tá com medo é porque tá de olhos abertos para o desconhecido, vá em frente com medo mesmo, é o único caminho possível.